MATERIAL: bexigas e aparelho de som;
1ª ETAPA: É distribuída uma bexiga para cada aluno, eles terão que encher;
2ª ETAPA: O professor delimita um espaço na quadra, ex: meia quadra de vôlei;
3ª ETAPA: A atividade começa com um alongamento ao som de uma música ( cerca de 5 a 10 minutos);
4ª ETAPA: O professor explica a primeira atividade aos alunos, que ao ouvirem a música, os alunos no espaço pré-determinado devem tocar na bexiga somente com as mãos sem deixar cair no chão. A cada momento que a música for interrompida, o professor, deve dar outros comandos, sendo um de cada vez, começando tocando a bexiga com as mãos, depois cabeça, ombros, coxas, joelhos, pés, etc. após trabalhar com várias partes do corpo, o professor coloca a música novamente por dois minutos e deixa os alunos se movimentarem com as bexigas livremente, usando qualquer parte do corpo.( em torno de 20 minutos)
5ª ETAPA: Os alunos são divididos em duas equipes em fileira num dos extremos da quadra. Ao sinal do professor, o primeiro aluno de cada fileira deve correr com sua bexiga na mão na outra extremidade da quadra estourar a bexiga sentando em cima e depois voltar e tocar na mão do segundo da fila e assim sucessivamente, até que todos tenham participado.(em torno de 10 minutos)
6ª ETAPA: volta à calma.( Marionetes) Alunos aos pares sendo um em pé e o outro sentado um de frente para o outro. O aluno que ficar em pé deve movimentar os alunos que estão sentados sem tocá-los, usando apenas os dedos indicadores e polegares (formando uma pinça), nessa atividade os alunos devem permanecer sem conversar, os movimentos devem sem suaves, ao som de uma música relaxante. Após 5 minutos são invertidas as posições dos alunos. (cerca de10 minutos)
7ª ETAPA: Reflexão: Qual a importância da articulação na realização das atividades?
Qual a sensação de poder movimentar o colega? (atividade-marionete). Como foi trabalhar com as bexigas num determinado espaço?
Registro: fazer um relatório sobre a importância da articulação no nosso movimento do dia-a-dia?
Uma Aula Muito Interessante-Ciclo I !!!
Quando em 1997, ao realizar um curso à distância sobre Educação Física relacionada à saúde realizado pela UNICAMP, li num dos módulos a respeito de uma aula dada que achei muito interessante que leva o aluno a compreender o funcionamento de seu próprio corpo em movimento, especificamente do aparelho cardiocirculatório.
A seguir, transcrevo a parte dessa aula ministrada em uma classe de alfabetização de uma escola pública municipal, cuja média de idade dos alunos era em torno de sete anos:
PROF: bom dia, turma! Tudo bem com vocês? Bom, antes de começar a aula, eu queria saber se vocês conhecem bem o corpo de vocês. Vamos ver... Todo mundo aqui tem coração?
TURMA: sim! Responde a turma, com bastante convicção.
PROF: E vocês sabem onde fica o coração?
TURMA: Aqui, ó! – os alunos batem no peito.
PROF: Muito bem! Vamos sentir o nosso coração batendo?
Os alunos colocam a mão no peito para sentir o coração.
PROF: Pessoal, que tal a gente fazer uma experiência com o nosso coração? Vocês topam?
TURMA: Topamos! – responde a turma em coro.
PROF: Então, todo mundo correndo rápido até a parede amarela! Vamos lá! Ida e volta! – grita o professor, gesticulando, procurando incentivar os alunos a correr.
Os alunos vão e voltam correndo.
PROF: quem chegou, coloca a mão no coração! Ele está batendo mais rápido ou mais devagar?
TURMA: mais rápido!
PROF: E o coração do colega? Vamos sentir o coração do colega?
As crianças procuram sentir o coração do colega ao lado.
PROF: Como o coração do colega está batendo?
TURMA: Também está rápido!
PROF: Por que ele está batendo mais rápido?
TURMA: Porque nós corremos!
PROF: Ah, porque vocês correram...Muito bem! E, se a gente ficar parado, o coração vai bater mais rápido ou mais devagar?
TURMA: Mais devagar.
PROF: E por que o coração bate? Quem sabe?
TURMA: Para a gente viver. Se ele parar, já era.
PROF: Muito bem! Vamos fazer outra experiência? Então...Todos correndo rápido até a parede branca!
Os alunos vão e voltam correndo.
PROF: Quem chegou, coloca a mão no pescoço! Estão sentindo alguma coisa batendo?
TURMA: Estamos.
PROF: Quem sabe o que é que está batendo no pescoço?
TURMA: O coração. – Respondem alguns alunos.
PROF: Ué! Tem coração no pescoço?
Os alunos ficam em dúvida. Alguns respondem que não.
PROF: Vocês não me disseram que o coração fica no peito?
Diante da contradição, os alunos são obrigados a rever sua resposta. O professor deve esgotar todas as possibilidades na tentativa de levá-los a saber que o que estão sentindo é o pulsar de uma ‘artéria’, e não o coração.
PROF: Então, o que é que está batendo no pescoço?
TURMA: É a ‘veia’. – respondem alguns alunos.
PROF: É quase isto, só que neste caso chama-se ‘artéria’ e não ‘veia’. Vamos fazer outra experiência? Todo mundo correndo até o poste verde!
Os alunos vão e voltam correndo.
PROF: Todo mundo coloca a mão no sovaco! Tem alguma coisa batendo aí? O que está batendo?
TURMA: Tem. É a ‘artéria’.
PROF: Mas por que a ‘artéria bate’? Será que ela fica rebolando sozinha? – o professor rebola e as crianças riem – quero ver, quem sabe o que é que tem dentro da ‘artéria’?
TURMA: É sangue - respondem alguns.
Geralmente, alguns alunos sabem que há sangue dentro da ‘artéria’. Mas, se ninguém responder, o professor pode partir para a seguinte estratégia:
PROF: Alguém pode me mostrar uma ‘artéria’?
Os alunos mostram, geralmente, a do punho.
PROF: E o que é que tem aí dentro da ‘artéria’ que vocês estão me mostrando?
TURMA: Sangue. – neste caso, é mais fácil para os alunos responderem, porque estão vendo a ‘artéria’ e o sangue que está dentro dela.
PROF: muito bem! E quem é que joga o sangue para dentro da ‘artéria’? Quem sabe?
TURMA: É o coração.
A maioria da turma responde com convicção. Os alunos parecem relacionar facilmente que a batida que sentem na ‘artéria’ provém do coração, que antes sentiram bater no peito.
PROF: Muito bem! Então o coração bate e joga o sangue pras ‘artérias’, certo? – Recapitula o professor.
TURMA: É
PROF: E me digam aqui mais uma coisa, tem ‘artéria’ no sovaco?
TURMA: Tem.
PROF: Tem ‘artéria’ no pescoço?
TURMA: Tem.
PROF: Tem ‘artéria’ na barriga?
TURMA: Tem.
PROF: Tem ‘artéria’ na perna?
TURMA: Tem.
PROF: Tem ‘artéria’ na bunda?
TURMA: (risos)Tem!
PROF: Tem ‘artéria’ no cabelo?
Embora a grande maioria dos alunos responda que ‘não’ alguns dizem ‘sim’ enquanto outros ficam na dúvida. Neste caso, é fundamental evidenciar mais uma vez as contradições para esses alunos:
PROF: Vocês me disseram que tem sangue dentro da ‘artéria’?
TURMA: Dissemos.
PROF: Então, se cortar a ‘artéria’, sai sangue?
TURMA: Sai.
PROF: E quando vocês cortam o cabelo, sai sangue?
TURMA: Não.
PROF: Então, tem ‘artéria no cabelo?
TURMA: Não.
PROF: E na unha, tem ‘artéria’?
TURMA: Também não.
Alguns alunos ainda ficam em dúvida, porque quando cortam a unha sai sangue. Neste caso, é importante esclarecer que o sangue sai porque eles cortam a pele abaixo da unha, e não porque cortam a unha.
PROF: Muito bem! Que turma inteligente! Então, todos aqui já sabem que o coração bate mais rápido quando nós corremos; bate mais devagar quando ficamos parados e, quando ele bate, joga sangue para as ‘artérias’ que estão pelo corpo todo, menos no cabelo e nas unhas. Certo?
TURMA: Certo.
PROF: Que turma inteligente!